Como obter o melhor resultado na contagem

Publicado em 09 de Fevereiro de 2017

Como obter o melhor resultado na contagem

Quando se conta milhares de peças por mês, é fundamental ter a maior exatidão possível dos dados. Estamos falando da acuracidade. Do contrário, prejuízos com perda de materiais e administração de processos de produção não confiáveis farão parte do cotidiano e podem até mesmo pôr em dúvida a reputação de uma empresa.

 Então, o que é necessário saber para ter um método de contagem confiável?

Escala adequada da balança

A primeira preocupação é ter a balança certa para o processo. Muitas pessoas se preocupam apenas com a capacidade total da balança, ou seja, o fundo de escala, mas, quando o assunto é contagem, é mais importante ainda se preocupar com a divisão da escala e com a sensibilidade de contagem (falaremos sobre ela em seguida).

 

E por que? O motivo é que a balança precisa ser capaz de identificar um item sobre sua plataforma de pesagem, e isso só será possível se o peso do item a ser contado combinar com a escala da balança.

 

Exemplo: vamos supor que os itens a serem contados pesem 0,5g cada um e a balança disponível para realizar a contagem tenha a sensibilidade de contagem de 2g. Nessa situação, a balança não tem sensibilidade suficiente para reconhecer uma unidade de peça sobre sua plataforma de pesagem. Essa balança reconheceria, no mínimo, 2 gramas. Ou seja, 0,5g é muito pouco peso para esse equipamento e, aí, a contagem certamente terá erros.

Sensibilidade de contagem

É o menor peso necessário para mudar o número de peças contadas por uma balança. A sensibilidade de contagem dos produtos da marca Prix é de 1 décimo da divisão de pesagem da balança. Quer dizer, se tivermos uma balança com capacidade de 5kg x 1g, a sensibilidade na contagem será de 0,1g.

 

Então, para decidir a balança adequada para a contagem das suas peças, dois pontos precisam ser respeitados: 1) o peso da menor peça tem de ser conhecido; 2) a sensibilidade de contagem da balança precisa ter, no máximo, o mesmo valor do peso médio da menor peça. Se for maior, a contagem será prejudicada.

 

Tamanho da amostra

O tamanho da amostra é outra variável que pode prejudicar o resultado se não for dimensionado corretamente. Isso acontece quando o peso da amostra é muito pequeno em relação à capacidade da balança.

 

A amostra é a quantidade de peças depositada na plataforma de pesagem e que servirá de referência para o cálculo da balança. O operador indicará para a balança a quantidade de peças que está usando como amostra. A partir daí, o que a balança fará é um cálculo associando a quantidade indicada com o peso da amostra e determinará o peso médio por peça (que, a partir de agora, chamaremos de PMP). Com isso, a balança terá condições de indicar não mais o peso, e sim a quantidade de balanças.

 

Então, quanto maior for o número de peças utilizados como amostra, maior será a exatidão de contagem.

Qualidade da amostra

Uma amostra relativamente pequena também pode prejudicar no caso de as peças a serem pesadas tiverem pequenas diferenças de peso.

 

Como comentamos antes, a contagem acontecerá pelo PMP. Vamos supor que a amostra utilizada para determinar o PMP representa uma média verdadeira do peso de cada peça. Se a amostra separada para determinar o PMP apresentar um desvio em relação a esta média verdadeira, a exatidão poderá ser seriamente afetada.

 

Exemplo: deseja-se contar um lote de 1000 parafusos cujo peso unitário é 1g + 0,1g, sendo o PMP verdadeiro deste lote igual a 1g. Para determinar o PMP, separa-se uma amostra de 10 parafusos e todos com 0,9g. O PMP calculado pela balança será de 0,9g. Quando a balança estiver indicando 1000 peças, terá 1000 x 0,9g = 900g na plataforma de pesagem.

Como o PMP verdadeiro é de 1g, o número verdadeiro de peças será de 900g/1g = 900 peças. Observe que o desvio da amostra resultou num erro de - 10% no número real de peças.

Tolerância do Peso das Peças

Em um lote de peças, espera-se que o peso unitário varie dentro de uma tolerância limitada. Quanto maior for esta tolerância, maior será a probabilidade de erro na contagem.

 

Para avaliar a influência deste fator na contagem, podemos aplicar a tolerância em peso das peças ao número de peças indicado pela balança.

 

Exemplo: em um lote de 100 peças de 5g + 1,0%, o número de peças indicado poderá estar afetado por um erro de + 1,0% de 100, que é + 1 peça. Portanto, o número indicado de peças poderá estar entre 99 e 101 peças.

 

Quanto maior for o número de peças a serem contadas, menor deverá ser a influência da tolerância. Isto ocorre porque, na maioria dos casos, o peso unitário está uniformemente distribuído acima e abaixo da média.

 

Portanto, a somatória das tolerâncias positivas e negativas convergem para zero.

 

A falta de uniformidade no peso das peças é um importante fator de erro de contagem e depende exclusivamente do material e do processo de fabricação das peças.

 

Esse risco de erro pode ser minimizado com os seguintes cuidados:

 

·         Aumentar o tamanho da amostra utilizada para cálculo do PMP;

 

·         Repetir a amostragem sempre que iniciar uma nova contagem em diferentes lotes do mesmo material.

Peso Mínimo da Amostra

É o valor mínimo de peso que a amostragem deve ter para atingir a faixa de cálculo do Peso Médio por Peça - PMP.

 

Normalmente, as balanças permitem ajustes para:

 

·         PMA de 0,2% da Capacidade;

·         PMA de 0,4% da Capacidade.

 

Porém, como dito antes, quanto maior for a amostra, menos risco de erro. Essa é uma análise que deve ser feita de acordo com o grau de uniformidade dos itens, que precisa ser conhecido.

 

 

Com atenção a esses aspectos, certamente se criará um método de contagem confiável e seguro.

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