Dicas para calibração de balanças – Parte 2

Publicado em 16 de Março de 2017

Como saber se a balança está pesando corretamente? Confira abaixo a segunda parte do post e fique por dentro de como calibrar balanças.

Você ainda não leu a parte 1? Confira nesse link: Dicas para calibração de balanças – Parte 1

 

Guarde os pesos em sua embalagem original

O INMETRO não permite que os pesos-padrão sejam comercializados sem estojo. Sendo assim, não deixe seus pesos fora do estojo, que os protegerá de poeiras e, devido à sua parte acolchoada, também os protegerá contra danos mecânicos em caso de pequenas quedas.

Guarde os pesos perto da balança           

Recomendamos guardar os pesos perto da balança. Se isso não for possível, espere o tempo necessário para que os pesos atinjam a temperatura do ambiente onde se encontra a balança a ser calibrada.

Manuseio

Use pinças com pontas revestidas para os pesos menores (de 1mg até 100g), de preferência de material não magnético (que não imante o peso), cuidado com pinças com ponta de metal que podem arranhar os pesos.

Use luvas limpas de helanca, couro ou nylon, de preferência com pontas emborrachadas para uma melhor pega para os pesos de 200g até 1kg.

Use manuseadores para os pesos de mais de 2kg que são especialmente concebidos para este fim. Por serem emborrachados, protegem a superfície dos pesos, além de serem ergonômicos para o operador.

Limpe com muito critério

Em circunstancias ideais, os pesos não deveriam sujar; no entanto, na prática, nem sempre é assim. Se você poderá limpar o peso ou não, dependerá da criticidade de seu processo. Se resolver limpá-los, use pincéis especiais para esse fim, pano macio de microfibra, ou sugadores de poeira.

Antes de usar, verifique se há danos aparentes, especialmente se você compartilhar os pesos entre turnos ou pessoas. Sempre faça a verificação quanto à impureza, corrosão ou substâncias estranhas antes da utilização. Para os pesos de mg uma lupa pode ajudar.

Não toque os pesos com as mãos nuas

Isto é muito crítico para pesos pequenos (mg) e classes com menores margens de erro (exemplo classes E1 e E2).

Experiências mostram que uma simples impressão digital pode depositar até 50 microgramas no peso, limite de erro para um peso de 100g na classe E1.

Não esqueça da calibração periódica

Mesmo quando os pesos-padrão são manuseados com cuidado eles sofrem desgaste. Realizar a calibração deles no período estipulado em seu processo ajudará a mantê-los sempre precisos, ou seja, dentro da tolerância da sua classe.

Utilize sempre um laboratório confiável, de preferência acreditado na Rede Brasileira de Calibração.

Não use um peso-padrão com poeira ou água em sua superfície

Isso pode acontecer, quando se traz pesos de uma outra área fora dos seus estojos, ou de uma área onde a temperatura e a umidade do ar sejam diferentes da área onde a balança se encontra. Permita a aclimatação e, se necessário, realize a limpeza como abordado anteriormente.

Na dúvida, não use o peso-padrão

Inspecione os pesos-padrão, como mencionado anteriormente, com os dispositivos adequados. Se as marcas forem visíveis, decida se elas irão afetar a precisão. Havendo dúvida, sempre recalibre o peso-padrão em um laboratório, de preferência acreditado na Rede Brasileira de Calibração.

Não limpe com produtos químicos abrasivos ou cáusticos

Estas substâncias podem danificar a superfície externa (“pele”) do peso. Isso pode diminuir ou aumentar sua massa removendo ou causando oxidação.

Não subestime cargas eletrostáticas

Cargas eletrostáticas podem influenciar os resultados. Limite o atrito do peso com outras superfícies, como tecido de limpeza.

Depois de limpar ou secar, permita que o peso “descanse” para que a eletricidade estática se dissipe.

Faça a calibração em pelo menos 3 pontos

Isso permite que você verifique a linearidade da balança, ou seja, a sua exatidão em vários pontos da escala.

Todos os manuais do usuário da Toledo do Brasil trazem, no capitulo Calibrações Periódicas, os pontos indicados para aquela balança, e os pesos-padrão que devem ser usados para contemplar estes pontos.

Recomenda-se a calibração em 5 pontos, método baseado na portaria 236/94 e verificar, além da exatidão, a linearidade, a mobilidade (sensibilidade) e a excentricidade (teste de canto).

Repetibilidade (incerteza)

Uma das mais importantes características da balança.

Verifique a incerteza da sua balança passando o mesmo peso-padrão (entre 5% e 100% da capacidade da balança), por pelo menos 10 vezes e anote o valor medido.

Faça o desvio padrão destas leituras. Este será o valor da repetibilidade do seu equipamento.

Verifique se a mesma atende as tolerâncias do seu processo.

A repetibilidade é muito importante quando se deseja calcular o peso mínimo que pode ser pesado naquele equipamento levando em consideração uma tolerância de erro preestabelecida. (Saiba mais sobre carga mínima e peso mínimo no próximos artigos)

Periodicidade das calibrações

Você pode se perguntar: qual o intervalo tempo adequado para realizar as calibrações no meu equipamento?

Isso é uma dúvida bastante comum. Porém, não existe uma resposta padrão.

No entanto, você deve levar em conta algumas considerações:

  • Valor do produto: Qual o valor do produto a ser pesado?

Quanto maior o valor, maior a frequência das calibrações.

  •  Impacto no processo: Qual o impacto de uma pesagem errada no seu processo?

Quanto maior o impacto, maior deve ser a frequência das calibrações.

  •  Número de pesagens hora: Quantas pesagens a balança realiza por hora ou dia?

Quanto maior o número, maior deve ser a frequência das calibrações.

  •  Condições ambientais: As condições do ambiente de instalação da balança são ideais?

Quanto mais distante das condições ideais (Por exemplo, poeira em excesso, trepidações, mudanças de temperatura, deslocamento de ar entre outros), maior deve ser a frequência das calibrações.

 

Seguindo as recomendações citadas, você ficará tranquilo em relação a exatidão do seu equipamento.

 

 

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